Vozes na minha cabeça

Friday, September 07, 2007

Livro - Semana

Livro Semana. Editora Hedra, 2007

Coletânea de contos: Ana Carolina Bedê, Diana Melo, Elisângela Teixeira, Luana Cavalcanti, Mariana Marques, Mirella Adriano, Natércia Pontes, Sirlanney, Thaís Aragão, Virna Teixeira.

Bom Ar

Não gosto de quase nada que escrevo. Só às vezes. Tudo fase. Egocentrismos, pessimismos amores inventados, tudo inventado: literatura, febres, amizades, fomes e jejuns. Nada escapa ao meu espírito versátil e frágil. Que a tudo se apega com facilidade e tudo com facilidade deixa. Meu mundo: o efêmero.

Magra de Ruim - Fim

"Mas vida também é alegria. O sol brilha, a ginástica me faz bem, e, se Francisca me deixou, mulheres não me faltarão. Aliás, não guardo nenhum rancor a Francisca. Ela nunca esteve à minha altura."


Estou só e não tenho certeza de que horas são, alguma coisa depois do anoitecer. Também não tenho idéia de onde ela está, se vai voltar esta noite. Parece que encontrou um apartamento. Vai enfim livrar-se de mim. Diz que eu busco o inferno e ela busca o céu. Na verdade, eu disse isso, li alguma coisa sobre o céu e o inferno dentro de nós e dei para que ela usasse a vontade. Estou explodindo de dor e de coisas que precisam ser ditas, mas não tem ninguém aqui para escutar. As pessoas também já estão fartas de me ouvir falar- resmungar, na maior parte do tempo. Uso todo o meu potencial feminino e só tenho falado entre lágrimas. Abundantes cachoeiras. Tempestades com relâmpagos, trovões e um derrame incessante de água. A voz chorosa, cubro o rosto e falo sem parar, qualquer frase solta e absurda que me venha a mente para melhor desenhar a tragédia. Essa casa está cheia de coisas paradas, se eu ficar só aqui é provável que eu enlouqueça de vez. Digo entre soluços. E tenho que admitir o quão formidável é a capacidade dos meus conhecidos para auto-ajuda. Um manual completo de A a Z. Melhor que qualquer best-seller. Todos me parecem deus falando diretamente comigo. Ensinam-me a viver, a ver tudo com bons olhos. São todos bons! Apenas eu encerro em mim a maldade inteira do universo. “Não fale isso! Não atraia esses maus fluidos!” São todos místicos, todos crentes. Chego a me divertir alguns minutos. Eu apenas não queria ficar só.

Ela parece ter encontrado um bom lugar. Observe o “parece”. Se ela entrar por essa porta hoje será um milagre e eu tenho que agradecer a Deus por isso. Olho pra sua cama agora, a almofada encostada na parede, como se tivesse alguém a minha frente. O barulho dos carros na avenida me agrada. Freios aperreados, buzinas irritadas, motores deselegantes. Não me sinto tão isolada. Penso em quem ela trará para dormir aqui esta noite... Se ela volta. Estou ansiosa como nunca e isso me deu vontade de tagarelar. Falar da luz da sala que nunca gostei e foi escolha minha. Desse caderno que estava morto: mais de 100 páginas paradas. Porque... por quê? Uma risada, um desdém, um plano que naufragou. Nossa história naufragou como tudo naufraga. Sinto como se estivesse passando pela abstinência do dia seguinte a uma longa noite cheirando pó. Abstinência dela e do cigarro, que eu decidi parar hoje, como se já não tivesse drama o suficiente. Mas acredito que este capítulo está terminando. O próximo será : A Mudança. Embaralhamos completamente as coisas até eu não saber mais o que é meu e o que é dela. Culpa minha, provavelmente. No começo ela gostava, depois parece que perdeu o interesse nas minhas coisas, enquanto eu continuo usando suas calcinhas. Não tenho noção do que ficará, se ela não apiedar-se, estarei nua. Até a mesinha sobre a qual escrevo agora pertence a ela. Talvez eu troque pela escrivaninha. Sou materialista, capricórnio ascendente capricórnio (não acredito mais em signos).

Eu estava acostumada a escrever para seu bel-prazer. Começou com as cartas, depois tudo que eu escrevia, desenhava, produzia era apenas para dar à sua apreciação e assistir a linda cena dos seus olhinhos verdes brilhando, para assim inflar meu ego. Dou conta disso agora, enquanto escrevo e mais desejo que ela volte, para mostrar essas páginas, dizendo: “Veja, comecei um livro! Ele fala de amor, de desordem, de caos”. A ambulância passa com a sirene ensurdecedora. Vários hábitos deverão ser desfeitos. Ela acha tudo muito positivo. Eu também. Desde que possa continuar a amá-la perdidamente, estando ela morando aqui, nos arredores do Benfica, ou no Sul, ou em Nova Délhi, ou em Madagascar.

Agora escuto os barulhos do festival de quadrilha que está acontecendo na praça. Poderia ir lá, perambular, mas o simples pensamento de encontrá-la muda tudo. Tenho que deixá-la em paz, ela me pede. Eu também peço: paz paz paz. “O amor é turbulência”, ela diz. Mas o amor é paz.

Tuesday, June 20, 2006

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